quarta-feira, 28 de novembro de 2012

IRE, a maior associação de jornalismo investigativo do mundo


A IRE, Investigative Reporters and Editors,é a maior associação de jornalismo investigativo do mundo, com 4 mil membros em 27 países. O IRE foi fundado em 1975 e é uma organização sem fins lucrativos dedicada a melhorar a qualidade do jornalismo investigativo. Seu objetivo era criar um fórum de debate para que jornalistas de todo o mundo possam ajudar uns aos outros, compartilhando idéias de histórias, técnicas de obtenção de notícias e fontes. Seu nome foi sugerido por um de seus fundadores, o jornalista Les Whitten, que afirmou que o que mais caracteriza o repórter investigativo é um sentimento de indignação, de ira.

O IRE promove conferências, oficinas de treinamento, oferece prêmios e disponibiliza recursos  e relatórios sobre liberdade de informação e metodologia investigativa.

A associação tem como missões promover a excelência no jornalismo investigativo, que é essencial para uma sociedade livre; proporcionar formação, recursos e uma comunidade de apoio a jornalistas investigativos; promover altos padrões profissionais e proteger os direitos dos jornalistas investigativos.

Os repórters e editores mais voltados ao jornalismo investigativo continuam sendo a espinha dorsal do IRE, embora professores, estudantes, profissionais liberais e autores de livros também já tenham se associado à organização.

Infelizmente o IRE ainda não está presente no Brasil, e só oferece cursos e seminários em ocasiões especiais, como quando conferências são realizadas no país.

CLIQUE AQUI E CONFIRA O SITE DO IRE, EM INGLÊS.

"Abaixando a máquina: ética e dor no fotojornalismo carioca"


O filme “Abaixando a máquina: ética e dor no fotojornalismo carioca”, dirigido por Guillermo Planel e Sergio Pugliese retrata como poucos como é o dia a dia de um fotojornalista que faz a cobertura de áreas de risco no Rio de Janeiro.

O documentário levanta questões importantíssimas no fotojornalismo atual, mas que também se aplicam ao jornalismo. O filme mostra o ponto de vista da dor de cidadãos fotografados e dos fotógrafos em diferentes confrontos numa cidade cheia de relações conflituosas. Isso abre o debate a respeito da ética dos fotojornalistas no momento do registro situações de dor(muitas das vezes situações em que os pais ou filhos choram sobre os corpos de seus entes queridos) e de sua publicação na imprensa.

 “Essa dúvida é uma dúvida muito cruel: o quanto você deve fotografar? E isso aí é o principal meio nosso, do jornalista, de você abrir os olhos de todos” diz Marcelo Carnaval, um dos fotojornalistas entrevistados no filme.

O filme mostra, ainda, como se estreita numa cobertura diária, a relação entre os fotógrafos e as comunidades carentes.

“Todo dia eu me pergunto porquê, e acho que a resposta que eu mais encontro é porque eu tenho essa curiosidade e eu quero ser testemunha, eu quero estar perto e eu quero estar vendo, e isso eu não sei explicar muito bem” diz o fotojornalista João Laet.
Confira o documentário, na íntegra, abaixo:
 

O jornalismo e sua função social


Conforme discutíamos em sala de aula, o que legitima o jornalismo e o dá credibilidade é a sua função social, ou seja, o compromisso que o jornalista tem, ou pelo menos deveria ter, com a sociedade. Amelhor maneira de se alcançar essa função é utilizar assuntos de interesse público e construir um texto noticioso claro e objetivo, que contenha as informações necessárias para se entender quem, onde, quando e porque tal fato ocorreu. Isso tudo deve ser acompanhado de outra característica fundamental, a imparcialidade.
O compromisso social de uma matéria jornalística é uma premissa indispensável para que ela seja a vencedora de um Prêmio Esso de Reportagem, considerado o mais importante prêmio dado a profissionais de imprensa no Brasil.
Os jornais populares, pejorativamente chamados de imprensa marrom, por serem caracterizados pelo uso exagerado de determinadas expressões e pelo sensacionalismo barato, não devem ser vistos como um jornal vazio e superficial. Alguns deles, como O Dia, por exemplo, já ganharam Prêmios Esso e mostraram que podem fazer um jornalismo de mudança social e que oferece informações relevantes para a sociedade.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A "disfunção narcotizante" de Lazarsfeld e Merton




Como explicar o contínuo e crescente número de casos de gravidez na adolescência em meio a uma sociedade em que esse tema já foi discutido e rediscutido tantas vezes?
  
Merton(esq) e Lazarsfeld(dir)

Para responder a uma pergunta como essas, os sociólogos americanos Paul Lazarsfeld e Robert Merton lançaram uma teoria a qual chamaram de “disfunção narcotizante”.

Segundo esta teoria, o fato de estarmos vivendo na "era da informação" não nos torna bem-informados. Pelo contrário, o efeito que esse excesso de informações causa sobre as nós, as "massas", nos torna menos críticos devido à grande quantidade de dados ao qual temos contato. A tecnologia funciona como instrumento da comunicação, que gera facilidade de distribuição da mensagem, saturando a todos que não conseguem filtrar e criticar essas informações muito por conta de sua superficialidade.

Podemos relacionar esta teoria também à teoria de Walter Benjamin sobre a hiperestimulação sensorial do mundo moderno, na qual os estímulos, principalmente os visuais, por serem difundidos de maneira tão ampla em nossa sociedade, acabam banalizando-se e tornando-se imperceptíveis.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O que é notícia?


Segundo a Wikipédia “a notícia é um formato de divulgação de um acontecimento por meios jornalísticos. Notícias têm valor jornalístico apenas quando acabaram de acontecer, ou quando não foram noticiadas previamente por nenhum veículo. A "arte" do Jornalismo é escolher os assuntos que mais interessam ao público e apresentá-los de modo atraente. Nem todo texto jornalístico é noticioso, mas toda notícia é potencialmente objeto de apuração jornalística.”
Muitos dizem que a notícia é a expressão de um fato recente, novo, que desperta o interesse do público a qual um jornal é destinado. Mas, aí, podemos nos perguntar: o que é um fato novo? É o acontecido há pouquíssimos instantes, ou o inusitado, o jamais visto?
Nós, estudantes de jornalismo, sabemos que, por trás de uma notícia, existem muitas outras variantes.  Diante da expansão da internet e dos meios jornalísticos ligados a ela, e notícia está passando por uma reinvenção. Isso não quer dizer, no entanto, que seus critérios mudaram.
Dois são os fatores de noticiabilidade: a importância e o interesse da notícia.
Dentro do fator Importância se desenrolam quatro variáveis:

·         Notoriedade
      ·         Proximidade
      ·         Relevância
      ·         Significatividade


Esses quatro princípios consistem e agregam importância à notícia.


 

 

domingo, 25 de novembro de 2012

Popular? Sim. Número 1 do Brasil? Também.


O jornal mineiro Super Notícia é, desde 2010, o jornal mais vendido do país. Porém, sem sempre foi assim. O sucesso demorou a chegar. Lançado em maio de 2002 o Super Notícia apostou na clássica fórmula das publicações populares: mulheres bonitas, crimes e esportes. Durante os dois primeiros anos, entretanto, a tiragem não alcançava 10 000 exemplares por dia. A grande guinada só foi acontecer em outubro de 2005, quando o preço do exemplar foi reduzido pela metade, para 25 centavos, para concorrer com o recém-lançado Aqui, dos Diários Associados, que custava esse valor.

No dia 2 de julho desse ano, com a manchete da vitória do Atlético sobre o Grêmio por 1 a 0, o Super comemorou seu recorde histórico de 354 814 exemplares vendidos. "Somos responsáveis por 65% do mercado mineiro de jornais diários", festeja Laura Medioli, presidente da Sempre Editora, que publica o Super.

Com 32 páginas por edição, o jornal sediado em Contagem (MG) faturou 43 milhões de reais em 2011 e é, segundo a última pesquisa de vendas realizada também em 2011, o jornal mais vendido do país, atrás de gigantes como a Folha de São Paulo, O Globo e o Extra.

Folha não aceita derrota

Em segundo lugar na lista dos mais vendidos da Brasil, a Folha de São Paulo se diz líder de vendas no país. A justificativa da publicação é a de, na lista divulgada, ela só considerou “os jornais de prestígio, do segmento premium”.  O Super Notícia, vendido a R$ 0,25, registra 300 mil exemplares na média do ano, 3.000 à frente da Folha, que tem preço de capa de R$ 3.

sábado, 24 de novembro de 2012

Sociedade Interamericana de Imprensa


Há pouco tempo, falei aqui no blog a respeito do documentário sobre o jornalista Tim Lopes. Tim Lopes talvez seja, no Brasil, o caso mais icônico de violência contra jornalistas.  O que pouca gente sabe, pelo menos os que não vivem o cotidiano do jornalismo, é que existe um órgão que se encarrega de defender a liberdade de imprensa e de denunciar crimes contra jornalistas. O nome dessa entidade é SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa, e vou me ater, neste post, a falar um pouco mais sobre ela.

A SIP é uma organização sem fins lucrativos que se dedica a defender a liberdade de expressão e de imprensa em todas as Américas. A SIP depende dos fundos recebidos dos seus sócios e de doações de fundações. Os sócios da Sociedade são publicações ou cadeias de jornais. A SIP é composta por 1.300 publicações afiliadas, com uma circulação total superior a 43 milhões de exemplares impressos e um número crescente de leitores pela Internet. Entre os principais objetivos da SIP estão, além dos já citados, proteger os interesses de imprensa nas Américas, defender a dignidade, os direitos e as responsabilidades do jornalismo, denúnciar e divulgar ameaças ou agressões a jornalistas e aos meios de comunicação através de resoluções, comunicados de imprensa, protestos e denúncias públicas e promover um conhecimento amplo e uma maior troca de informações entre os povos das Américas para apoiar os princípios básicos de uma sociedade livre e da liberdade individual.

Claro que, o que escrevi, é apenas uma parte da história e trabalho que a SIP faz. Para conferir os objetivos e filosofia dessa instituição na íntegra, acesse o site abaixo:

Abraji


Em palestra realizada na PUC, o jornalista e presidente da Abraji, Marcelo Moreira, falou sobre o atual contexto jornalístico e sobre suas histórias na profissão. Resolvi, então, fazer uma postagem esclarecendo o que é a Abraji, quando ela surgiu e quais são seus objetivos.
Marcelo Moreira, presidente da Abraji



A Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, foi criada em 2002 por um grupo de jornalistas do Brasil interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas com o objetivo de melhorar a qualidade do jornalismo. A instituição é mantida pelos próprios jornalistas, e não tem fins lucrativos nem preferências políticas ou partidárias.

Organizar congressos, seminários e oficinas para promover o aperfeiçoamento profissional dos jornalistas interessados no jornalismo investigativo são uma das missões da Abraji.

 A Abraji promove três tipos de cursos: presenciais para grupos fechados (redações e faculdades de  jornalismo), presenciais individuais (com inscrições abertas para sócios e, por vezes, não-sócios da Abraji) e on-line. Todos esses cursos são gratuitos e seguem uma premissa essencial da Abraji: promover a melhoria da qualidade do jornalismo brasileiro por meio do treinamento de jornalistas e estudantes de jornalismo.

Em 10 dezembro desse ano, a Abraji comemora seus 10 anos de fundação. Além de seu presidente, Marcelo Moreira, que trabalha como editor-chefe do RJTV segunda edição, a Abraji conta ainda com um vice-presidente, José Roberto de Toledo, jornalista do Estado de S. Paulo.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Tim Lopes na tela, mais uma vez

Em palestra realizada na PUC-Rio, o jornalista Bruno Quintella falou sobre o filme documentário que será lançado sobre a vida de seu pai, o também jornalista Tim Lopes. Bruno divide a direção do documentário, intitulado“Histórias de Arcanjo”, uma clara referência ao verdadeiro nome de Tim Lopes: Arcanjo Antônio Lopes do Nascimento, com Guilherme Azevedo.
O filme, que será lançado em 2013, pretende abordar muito mais do que a trágica morte de Tim Lopes na Vila Cruzeiro, e quer mostrar também o lado humano de Tim, além, é claro, de suas aventuras e histórias no jornalismo. "Meu objetivo foi humanizar a figura de Tim Lopes" disse Bruno. "As pessoas, quando descobriam (o parentesco) me contavam histórias, então comecei a conhecer mais o meu pai, jornalista, boêmio, sambista, pelos outros"
Bruno, que teve o pai brutalmente assassinado por traficantes na Vila Cruzeiro, foi indagado se houve alguma mudança das empresas de comunicaçãoem relação à segurança do jornalista, visto que, recentemente, o cinegrafista da Band Gelson Fernandes também morreu vítima de um tiro de traficante.
"Houve sim uma mudança de comportamento das empresas de comunicação e dos próprios jornalistas em relação à cobertura jornalística de conflitos e de investigações" disse ele.
Confira, abaixo, uma reportagem sobre o filme " Histórias de Arcanjo".
 
 

sábado, 3 de novembro de 2012

Rebej


A Rebej, Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo, foi abordada de forma breve e sucinta em sala de aula. Resolvi, então, por meio do Blog, falar um pouco mais sobre o que é a Rebej e qual o seu principal objetivo como meio difusor de conhecimento.
A Rebej é uma publicação científica do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. A revista, somente em formato eletrônico (ou seja, só está disponível na internet), prioriza a difusão de conhecimentos produzidos pelos professores, pesquisadores e cursos de Jornalismo. Como uma publicação semestral, a cada edição a Rebej se propõe a reunir textos visando divulgar e promover perspectivas críticas fundamentadas em áreas interdisciplinares do Ensino de Jornalismo, tais como Jornalismo e Educação, Jornalismo e Políticas Públicas, Jornalismo e Tecnologias ou Jornalismo e Linguagem.

A revista conta com um grupo de especialistas na área de Jornalimo. O processo de seleção de artigos, envolve avaliação de 1 ou 2 especialistas e dos membros do Comitê Editorial.
A revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, pois segue o princípio da democratização mundial do conhecimento. Seu conteúdo está disponível em seu site, acesse:

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

As dificuldades do jornalismo policial


Atualmente, o Jornalismo Policial está muito presente nos meios de comunicação. Casos como os do Goleiro Bruno, da advogada Mércia Nakashima e da menina Isabella Nardoni estão invadindo nossas casas com cada vez mais frequencia.  Esse tipo de jornalismo tem como premissa a apuração de crimes e outras ocorrências policiais. Por lidar com criminosos, muitas vezes, de alta periculosidade, o Jornalismo Policial é considerado uma especialização de alto risco para os profissionais, principalmente os repórteres apuradores que vão às ruas e se expõem aos criminosos e aos policiais. Além de se preocupar com os próprios bandidos, o jornalista ainda tem que se precaver de retaliações de policiais corruptos. O principal questionamento sobre esse tipo de jornalismo, por parte da própria população, é se há a presença ou não de sensacionalismo nas coberturas de certos casos e, principalmente, nas coberturas feitas por certas emissoras.

Assista, abaixo, uma entrevista com os jornalistas da TV Record especializados em cobertura policial Murilo Nascimento e Reinaldo Gotino:

 

“Histórias bem escritas sempre terão leitores”


“Histórias bem escritas sempre terão leitores”. Essa frase foi dita por uma lenda viva do jornalismo mundial, Gay Talese. O jornalista norte-americano ganhou fama por escrever uma reportagem sobre Frank Sinatra sem nem mesmo tê-lo entrevistado. Sua paixão era escrever sobre os anônimos, pois, para ele, as pessoas comuns demonstram sua própria opinião, sem qualquer tipo de amarra com os lobistas e relações públicas, que orientam os famosos sempre que eles devem dar uma declaração. Partindo desse ponto de vista, Talese sempre declarou sua preferência por entrevistar pessoas comuns ao invés de grandes celebridades. Com isso, Talese confirma a velha máxima de que, o bom jornalismo se faz com boas histórias.
Talese é, também, um dos criadores do movimento que foi batizado de Novo Jornalismo, criado na década de 1960, que incorporava ao jornalismo características da literatura.

A linguagem do jornalismo online


Jornalismo online, web jornalismo ou jornalismo digital? Não importa qual seja a nomenclatura, todas se dirigem ao mesmo tipo de jornalismo: ao desenvolvido única e exclusivamente para a internet.

Essa vertente do jornalismo cresce mais e mais a cada dia e a tendência é que esse crescimento continue em ascenção. No entanto, a linguagem do jornalismo online é muito diferente da dos outros meios mais tradicionais, e requer alguns cuidados.

Um dos maiores desafios é saber filtrar a informação, uma vez que, na internet, o fluxo de notícias é muito maior. A apuração, portanto, deve ser extremamente cuidadosa. Outro grande desafio é não deixar que a objetividade, a precisão e a coesão sejam atrapalhadas pela ânsia de se atualizar as páginas ou de se dar uma notícia em primeira mão.

Assista, abaixo, um vídeo da professora de Comunicação da UCS Roberta Mânica, que fala sobre a linguagem do jornalismo online.

domingo, 30 de setembro de 2012

Objetividade no jornalismo


U “(…) toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada, e redistribuída por certo numero de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos (…)”

AA frase acima, dita por Michael Foucault, põe em discussão se realmente é possível haver objetividade no jornalismo. Um jornalista, ao escrever um texto qualquer, carrega uma parcela considerável de subjetividade. Contudo, existe uma linha muito tênue entre aquilo que é subjetivo e o que é tendencioso.


A subjetividade não pode ser excluída do homem e muito menos do jornalista. Todos carregamos uma bagagem cultural diferenciada, o que faz com que tenhamos visões de realidade diferentes. Porém, não podemos nos apoderar dessas visões para julgar um fato, e sim fornecer subsídios ao leitor para que ele mesmo construa uma realidade que seja o mais condizente possível com o fato ocorrido.

 

Confira abaixo uma rápida entrevista com o jornalista uruguaio Washington Uranga a respeito da objetividade no jornalismo e sobre a investigação jornalística:

 






Escândalo de Watergate completa 4 décadas em 2012


A reportagem mais simbólica do jornalismo investigativo americano completou 40 anos em junho deste ano.  As Reportagens de Carl Bernstein e Bob Woodward sobre a invasão republicana ao comitê dos democratas culminaram na única renúncia de um presidente na história dos Estados Unidos: a de Richard Nixon.

Dois repórteres do jornal­­ The Washington Post, Bob Wo­­od­­ward e Carl Bernstein, co­­bri­­ram o caso por quase dois­­ anos. Com uma apuração­­ exem­­plar, a dupla revelou­­ que­­­­­­­­ o comitê para reeleição de­­­­ Nixon mantinha um grupo­­ de­­ sabotagem aos de­­mocratas. Eles foram informados por uma pessoa conhecida apenas por Garganta Profunda,  que revelou que o presidente sabia das operações ilegais. Foi durante essa campanha de 1972 que se verificou o incidente na sede do Comitê Nacional Democrático. Durante a investigação oficial que se seguiu, foram apreendidas fitas gravadas que demonstravam que o presidente tinha conhecimento das operações ilegais contra a oposição. Em 1974, quando várias provas já ligavam os atos de espionagem ao Partido Republicano, Nixon renunciou à presidência.
 

sábado, 29 de setembro de 2012

A ética jornalística

“A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.”

A afirmação acima faz parte de uma carta escrita à imprensa pelo diretor de redação da VEJA, Eurípedes Alcântara. O jornalista definiu a carta como uma simples reflexão sobre os critérios éticos e missão jornalística da revista. Porém, para quem conhece a revista, basta uma rápida interpretação dos fatos para perceber que a carta foi escrita em resposta às acusações de parcialidade política e falta de ética feitas, constantemente, à VEJA.


 “O ensinamento para o bom jornalismo é claro: maus cidadãos podem, em muitos casos, ser portadores de boas informações.”

 "Quando o jornalista lida com uma fonte que tem uma informação verdadeira, verificável e relevante, ele precisa ter consciência dos interesses particulares do informante. Deve avaliar se o interesse público maior supera mesmo o subproduto indesejável de satisfazer o interesse menor e subalterno da fonte. Se o resultado for positivo, a informação se candidata a ser publicada. Por isso, o jornalista não pode ser amigo de fontes. Não pode aceitar presentes, convites para viagens ou quaisquer outros agrados."

 O repórter que se preza não despreza uma fonte de informação sobre casos de corrupção com base apenas no fato de que o informante é corrupto. Mas como se cativa e se mantém um informante desse tipo sem acenar com alguma vantagem para ele? O jornalista, consciente dos interesses subalternos do informante, deve tentar obter dele o que for relevante para o interesse público – e publicar. O mais provável é que o informante se sentirá gratificado por ter conseguido o objetivo de ver a informação tornada pública e o jornalista também terá cumprido sua missão de trazer à luz fatos que, de outra forma, nunca sofreriam o efeito detergente dos raios solares. Ao jornalista cabe distinguir:
A) se a informação é verificável;
B) se a informação é relevante e de interesse público;
C) se a vinda da informação a público ajudará a diminuir o escopo de ações dos corruptos, entre eles o próprio informante.
Cumpridas as três condições acima, a informação merece ser levada a sério, a despeito, repita-se, da estatura moral do informante.



Logo abaixo está o link do Código de Ética dos jornalistas aprovado pela Associação Brasileira de Imprensa :
http://www.abi.org.br/paginaindividual.asp?id=450

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ANDI no jornalismo investigativo



Conforme dito pelo jornalista Vinicius Neder em palestra no nosso último encontro, a ANDI, Agência de Notícias dos Direitos da Infância, é uma importante aliada na busca de informações, com credibilidade, para serem usadas com fins de apuração em uma reportagem de cunho investigativo envolvendo crianças e adolescentes.

No Site da Agência de Notícias dos Direitos da Infância há informações sobre diversos assuntos referentes aos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil, além de banco de pautas, clipping de notícias e relação de projetos que estimulam a participação dos jornalistas na difusão dos direitos da infância.

Criada formalmente em 1993, mas atuando de maneira voluntária desde 1990, a ANDI é uma organização da sociedade civil, sem fins de lucro e apartidária, que articula ações inovadoras em mídia para o desenvolvimento. Suas estratégias estão fundamentadas na promoção e no fortalecimento de um diálogo profissional e ético entre as redações, as faculdades de comunicação e de outros campos do conhecimento, os poderes públicos e as entidades relacionadas à agenda do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos.

Sob a direção de Âmbar de Barros, a ANDI começou então a dedicar especial atenção a duas realidades inter-relacionadas: de um lado, crianças e adolescentes das classes sociais menos privilegiadas vítimas de toda sorte de desestruturação social; e, de outro, uma imprensa desatenta a esta mesma realidade, e com dificuldades em construir para si mesma uma cultura de investigação jornalística na qual os meninos e as meninas pudessem ser trazidos à agenda pública como sujeitos de direito.

Abaixo, um link do site da ANDI, que pode ser usado para fins de consulta e apuração:

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Historiador lança biografia sobre Walter Cronkite




 

Walter Cronkite é um dos maiores ícones do jornalismo americano e foi âncora do programa “CBS Evening News” por 19 anos.

O autor do livro e historiador da Universidade de Rice, Douglas Brinkley fala sobre as coberturas jornalísticas mais importantes da carreira de Cronkite, como o assassinato do presidente John Kennedy, em 1963, a Guerra do Vietnã, em 1968, e a chegada do homem à Lua, em 1969.

Douglas Brinkley fala, ainda, de particularidades cotidianas do jornalista americano. “O Brinkley mostra que ele gostava de jabá, adorava viajar de graça com a família. E ele era mais liberal do que as pessoas imaginavam, saía um pouco da aura da objetividade. Ele mexia no noticiário”,conta o jornalista Caio Blinder.

Clique aqui e confira a repercussão do lançamento desta biografia no programa Manhattan Connection, da Globo News.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

1° Encontro de Jornalismo Esportivo das Américas


Em 2012, o 1° Encontro de Jornalismo Esportivo das Américas aconteceu no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, que será sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, ou seja, na capital mundial dos esportes nos próximos anos.
O encontro, organizado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), reuniu representantes da imprensa esportiva latino-americana e foi uma grande oportunidade para que editores e executivos trocassem experiências e conhecimentos para levar conteúdos originais e de alta qualidade ao público em qualquer plataforma.
Entre as inúmeras palestras de profissionais com grande prestígio no ramo, um painel de debates sobre o Jornalismo Investigativo chamou a atenção. Marcelo Beraba: diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e chefe da sucursal de O Estado de São Paulo no Rio; Juca Kfouri: colunista da Folha de São Paulo, Uol e Espn Brasil; e Osvaldo Hernandez: Editor Esportivo do Jornal “La Patria” (Colômbia) debateram sobre como o jornalismo deve cobrir e investigar a corrupção no esporte e como isso afeta os esportes e eventos que se tornaram negócios altamente lucrativos
 
 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Modelo curricular da UNESCO para o ensino do jornalismo


O desafio de qualquer jornalista é apresentar os fatos de um ângulo interessante e relevante. Isto exige habilidades avançadas de verificação de informações, adquiridas em experiências educacionais multi-disciplinares. Para regulamentar algumas dessas "regras" necessárias para a formação de um bom jornalista, a UNESCO lançou, em 2011, a versão em português do “Modelo curricular da UNESCO para o ensino do jornalismo”.
No caso específico do Brasil, a UNESCO espera que o documento possa ser uma ferramenta útil no debate acerca das novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo e para a futura implementação das mesmas, tão logo aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação.
O “Modelo Curricular da UNESCO para o ensino do jornalismo” fornece modelos genéricos que podem ser adaptados de acordo com as necessidades específicas de cada país. A publicação reconhece os contextos social, econômico, político e cultural dos países, destacando a conexão entre democracia e jornalismo e defendendo uma abordagem mais interdisciplinar nos centros de formação em jornalismo.
 
Confira no link abaixo as novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo: