domingo, 30 de setembro de 2012

Objetividade no jornalismo


U “(…) toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada, e redistribuída por certo numero de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos (…)”

AA frase acima, dita por Michael Foucault, põe em discussão se realmente é possível haver objetividade no jornalismo. Um jornalista, ao escrever um texto qualquer, carrega uma parcela considerável de subjetividade. Contudo, existe uma linha muito tênue entre aquilo que é subjetivo e o que é tendencioso.


A subjetividade não pode ser excluída do homem e muito menos do jornalista. Todos carregamos uma bagagem cultural diferenciada, o que faz com que tenhamos visões de realidade diferentes. Porém, não podemos nos apoderar dessas visões para julgar um fato, e sim fornecer subsídios ao leitor para que ele mesmo construa uma realidade que seja o mais condizente possível com o fato ocorrido.

 

Confira abaixo uma rápida entrevista com o jornalista uruguaio Washington Uranga a respeito da objetividade no jornalismo e sobre a investigação jornalística:

 






Escândalo de Watergate completa 4 décadas em 2012


A reportagem mais simbólica do jornalismo investigativo americano completou 40 anos em junho deste ano.  As Reportagens de Carl Bernstein e Bob Woodward sobre a invasão republicana ao comitê dos democratas culminaram na única renúncia de um presidente na história dos Estados Unidos: a de Richard Nixon.

Dois repórteres do jornal­­ The Washington Post, Bob Wo­­od­­ward e Carl Bernstein, co­­bri­­ram o caso por quase dois­­ anos. Com uma apuração­­ exem­­plar, a dupla revelou­­ que­­­­­­­­ o comitê para reeleição de­­­­ Nixon mantinha um grupo­­ de­­ sabotagem aos de­­mocratas. Eles foram informados por uma pessoa conhecida apenas por Garganta Profunda,  que revelou que o presidente sabia das operações ilegais. Foi durante essa campanha de 1972 que se verificou o incidente na sede do Comitê Nacional Democrático. Durante a investigação oficial que se seguiu, foram apreendidas fitas gravadas que demonstravam que o presidente tinha conhecimento das operações ilegais contra a oposição. Em 1974, quando várias provas já ligavam os atos de espionagem ao Partido Republicano, Nixon renunciou à presidência.
 

sábado, 29 de setembro de 2012

A ética jornalística

“A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.”

A afirmação acima faz parte de uma carta escrita à imprensa pelo diretor de redação da VEJA, Eurípedes Alcântara. O jornalista definiu a carta como uma simples reflexão sobre os critérios éticos e missão jornalística da revista. Porém, para quem conhece a revista, basta uma rápida interpretação dos fatos para perceber que a carta foi escrita em resposta às acusações de parcialidade política e falta de ética feitas, constantemente, à VEJA.


 “O ensinamento para o bom jornalismo é claro: maus cidadãos podem, em muitos casos, ser portadores de boas informações.”

 "Quando o jornalista lida com uma fonte que tem uma informação verdadeira, verificável e relevante, ele precisa ter consciência dos interesses particulares do informante. Deve avaliar se o interesse público maior supera mesmo o subproduto indesejável de satisfazer o interesse menor e subalterno da fonte. Se o resultado for positivo, a informação se candidata a ser publicada. Por isso, o jornalista não pode ser amigo de fontes. Não pode aceitar presentes, convites para viagens ou quaisquer outros agrados."

 O repórter que se preza não despreza uma fonte de informação sobre casos de corrupção com base apenas no fato de que o informante é corrupto. Mas como se cativa e se mantém um informante desse tipo sem acenar com alguma vantagem para ele? O jornalista, consciente dos interesses subalternos do informante, deve tentar obter dele o que for relevante para o interesse público – e publicar. O mais provável é que o informante se sentirá gratificado por ter conseguido o objetivo de ver a informação tornada pública e o jornalista também terá cumprido sua missão de trazer à luz fatos que, de outra forma, nunca sofreriam o efeito detergente dos raios solares. Ao jornalista cabe distinguir:
A) se a informação é verificável;
B) se a informação é relevante e de interesse público;
C) se a vinda da informação a público ajudará a diminuir o escopo de ações dos corruptos, entre eles o próprio informante.
Cumpridas as três condições acima, a informação merece ser levada a sério, a despeito, repita-se, da estatura moral do informante.



Logo abaixo está o link do Código de Ética dos jornalistas aprovado pela Associação Brasileira de Imprensa :
http://www.abi.org.br/paginaindividual.asp?id=450

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ANDI no jornalismo investigativo



Conforme dito pelo jornalista Vinicius Neder em palestra no nosso último encontro, a ANDI, Agência de Notícias dos Direitos da Infância, é uma importante aliada na busca de informações, com credibilidade, para serem usadas com fins de apuração em uma reportagem de cunho investigativo envolvendo crianças e adolescentes.

No Site da Agência de Notícias dos Direitos da Infância há informações sobre diversos assuntos referentes aos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil, além de banco de pautas, clipping de notícias e relação de projetos que estimulam a participação dos jornalistas na difusão dos direitos da infância.

Criada formalmente em 1993, mas atuando de maneira voluntária desde 1990, a ANDI é uma organização da sociedade civil, sem fins de lucro e apartidária, que articula ações inovadoras em mídia para o desenvolvimento. Suas estratégias estão fundamentadas na promoção e no fortalecimento de um diálogo profissional e ético entre as redações, as faculdades de comunicação e de outros campos do conhecimento, os poderes públicos e as entidades relacionadas à agenda do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos.

Sob a direção de Âmbar de Barros, a ANDI começou então a dedicar especial atenção a duas realidades inter-relacionadas: de um lado, crianças e adolescentes das classes sociais menos privilegiadas vítimas de toda sorte de desestruturação social; e, de outro, uma imprensa desatenta a esta mesma realidade, e com dificuldades em construir para si mesma uma cultura de investigação jornalística na qual os meninos e as meninas pudessem ser trazidos à agenda pública como sujeitos de direito.

Abaixo, um link do site da ANDI, que pode ser usado para fins de consulta e apuração:

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Historiador lança biografia sobre Walter Cronkite




 

Walter Cronkite é um dos maiores ícones do jornalismo americano e foi âncora do programa “CBS Evening News” por 19 anos.

O autor do livro e historiador da Universidade de Rice, Douglas Brinkley fala sobre as coberturas jornalísticas mais importantes da carreira de Cronkite, como o assassinato do presidente John Kennedy, em 1963, a Guerra do Vietnã, em 1968, e a chegada do homem à Lua, em 1969.

Douglas Brinkley fala, ainda, de particularidades cotidianas do jornalista americano. “O Brinkley mostra que ele gostava de jabá, adorava viajar de graça com a família. E ele era mais liberal do que as pessoas imaginavam, saía um pouco da aura da objetividade. Ele mexia no noticiário”,conta o jornalista Caio Blinder.

Clique aqui e confira a repercussão do lançamento desta biografia no programa Manhattan Connection, da Globo News.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

1° Encontro de Jornalismo Esportivo das Américas


Em 2012, o 1° Encontro de Jornalismo Esportivo das Américas aconteceu no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, que será sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, ou seja, na capital mundial dos esportes nos próximos anos.
O encontro, organizado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), reuniu representantes da imprensa esportiva latino-americana e foi uma grande oportunidade para que editores e executivos trocassem experiências e conhecimentos para levar conteúdos originais e de alta qualidade ao público em qualquer plataforma.
Entre as inúmeras palestras de profissionais com grande prestígio no ramo, um painel de debates sobre o Jornalismo Investigativo chamou a atenção. Marcelo Beraba: diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e chefe da sucursal de O Estado de São Paulo no Rio; Juca Kfouri: colunista da Folha de São Paulo, Uol e Espn Brasil; e Osvaldo Hernandez: Editor Esportivo do Jornal “La Patria” (Colômbia) debateram sobre como o jornalismo deve cobrir e investigar a corrupção no esporte e como isso afeta os esportes e eventos que se tornaram negócios altamente lucrativos